quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Javier "Chicharito" Hernandez
terça-feira, 26 de outubro de 2010
'1 a 0 é goleada'
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
“Queria ver meu time completo”
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Sul-Americana como título ?
domingo, 3 de outubro de 2010
Made in Brasil - zil zil
Barcelona, Arsenal, Santos. O que esses clubes tem em comum? Pratas da casa e jóias criadas no próprio clube, a constante revelação de novos talentos para o futebol. Para isso, contam com toda uma estrutura voltada para os jovens jogadores que almejam construir uma trajetória vitoriosa no esporte mais famoso do planeta, o futebol.
Ultimamente, vemos um número reduzido desses jogadores. Equipes, salvo exceções, investem muito pouco na profissionalização de atletas e na administração de sua carreira. O motivo dessa falta de compromisso se dá principalmente pelo projeto de formação de um craque, ser um projeto a longo prazo. Enquanto que hoje em dia, no futebol moderno, exige-se resultados imediatos, a curto prazo.
Nas décadas de 60 e 70, o mais comum eram pratas da casa compondo o time titular de equipes consagradas como Flamengo, Vasco, São Paulo, Palmeiras, entre outros. Jogadores vindo de fora eram detalhes, apenas mais um que viria para ser coadjuvante de um Zico ou de um Ademir da Guia. Naquela época, toda a administração de um clube de futebol era relativamente mais fácil, com menos gente envolvida e menos conflito de interesses, o que possibilitava um maior retorno e jogadores revelados em longa escala. Do time do Flamengo campeão do mundo em 1981, apenas o goleiro Raul, o zagueiro Marinho e o atacante Nunes não foram criados nas divisões de base rubro negra.
Porém, com a modernização geral do futebol, todo esse processo mudou exponencialmente. Hoje, é raro ver um bom jogador da base atuando em uma equipe brasileira, visto que o assédio do futebol europeu aumenta a cada dia, aliado à facilitação dada pelos empresários dos jovens, que tendem a ver somente o lucro final. Casos de jogadores como Philipe Coutinho, que defendeu as cores de seu time revelador, o Vasco da Gama, por menos de 1 ano, são cada vez mais comum. Algumas vezes, jogadores nem chegam a estrear pelo seu clube, como foi o caso dos gêmeos Fábio e Rafael, que atualmente são jogadores do Manchester United, da Inglaterra.
Os clubes europeus, vendo o baixo custo e o retorno desse investimento, tendem a buscar novos talentos nos times de base de times sul americanos e africanos. O Arsenal é um dos maiores exemplos. Com a política adotada pelo técnico francês, Arsène Wenger, a equipe de Londres conta a cada temporada com novas revelações do futebol, e elas nem sempre são criadas no moderno método de trabalho do Emirates Stadium. Caso dos garotos Theo Walcott e da grata surpresa da temporada de 2010/11, Jack Wilshere. O Barcelona também entra na galeria de times formadores (e caçadores) de talento. Mais da metade de seu elenco teve passagem pelas divisões de base catalã, dando destaque para Xavi Hernandez, Carles Puyol, Andrés Iniesta e Lionel Messi, este último, chegando ao Barcelona com 12 anos, após rápida passagem pelo clube argentino Newells Old Boys.
No Brasil, poucos clubes se destacam na formação de talentos. É necessário, primeiramente, garantir um bom ambiente de trabalho para o jovem ter total capacidade de desenvolver seu potencial. Atualmente, o Santos é a equipe brasileira com a maior e mais estruturada divisão de base do país, tendo formado em 8 anos, 2 gerações de meninos extremamente talentosos. Uma, deu um Brasileiro e um vice de Libertadores. A outra, foi desmanchada antes disso, tendo como destaque o habilidoso Paulo Henrique Ganso e o instintivo Neymar. O São Paulo e o Grêmio também fazem bons trabalhos de formação de jogadores, tendo colhidos bons frutos nos últimos anos. Porém, a realidade brasileira é uma zona generalizada nas divisões de base, onde muitos empresários almejam somente o dinheiro, facilitando idas "dos sonhos" ao continente europeu. A saída de Zico do cargo de diretor executivo do Flamengo, na madrugada de quinta para sexta-feira, só comprova a maneira vergonhosa como a questão é lidada aqui no Brasil. A única pessoa que bateu de frente com a modernização, visando preservar nossos talentos, foi atacada covardemente de todos os lados. Um tapa na cara do futebol brasileiro.
O dia em que todo clube nacional se prontificar a investir massivamente na formação de novos talentos, veremos grandes jogadores sendo revelados mensalmente. Já somos conhecidos como o país do futebol, com tanto garoto jogando bola com os amigos em campinhos de terra ao longo de todo o Brasil. Se as equipes começassem a abrir as portas com uma política séria e de qualidade para nossos jovens, veríamos uma melhora significativa no nível do futebol nacional. Mas por enquanto, vamos brincar mais um pouquinho de colônia e metrópole.