Dois cambistas agem na frente do segurança da fila (de bege) |
Comprar ingressos para jogos, no Brasil, não é tarefa fácil. Há 3 anos da Copa do Mundo em terras tupiniquins, o cenário não muda e a vergonha aumenta nas filas para assistir ao espetáculo da bola. Se, dentro de campo, o futebol carioca tem crescido, nos últimos anos, fora do estádio não tem sido a mesma coisa.
Falarei por experiência própria. Hoje tive mais um exemplo dessa desordem e resolvi retratá-la aqui: Chego à bilheteria das Laranjeiras às 11:50 da manhã (que fique claro que estou falando das Laranjeiras única e exclusivamente por morar no bairro, e não por criticar especificamente o clube tricolor carioca). No local, aguardavam para comprar o ingresso aproximadamente 50 pessoas. Com 2 guichês de atendimento, o normal era que de 20 a 30 minutos todos ali, na minha frente, conseguiriam pegar o pedaço retangular de papel plastificado. Mas não foi o que aconteceu. Para revolta geral, ficamos 1 hora e 20 minutos para comprar o ingresso. Só que o mais revoltante vem paralelo a isso. OK! Falta estrutura, respeito com os torcedores, etc, etc. Disso não duvido nem discordo.
Mas volto ao ponto inicial, agora em relação ao que me deixa mais irritado. Os cambistas. Três seres vieram abordar a mim e ao meu amigo, nos pedindo que comprássemos ingressos extras para que, quando se esgotassem nas bilheterias, eles fizessem a festa vendendo por um preço às vezes maior até que 100% do valor que pagaram. Recusamos. Fiz uma alusão forte, mas condizente com o foco dos cambistas. É como se você desse uma pistola para um bandido que, algum dia, viesse a te assaltar. O pior foi ver e ter a prova de que os cambistas são amigos de quem organiza as filas. Ou seja, uma mão lava a outra (acho que, no caso, uma mão suja a outra...) e assim é feito o esquema dos ingressos. Me deu raiva mas, ao invés de discutir com o cambista, botei em prática o que meu instinto de jornalista me mandava fazer: filmei a desgraça (abaixo, o vídeo). Infelizmente, somos reféns de uma armadilha que se cria ainda nas filas dos ingressos. E, às vezes, nós mesmos contribuímos sem saber para bote que levamos...