segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O mundo mágico


Nesta segunda-feira, 29, tive o imenso prazer de assistir a mais um jogo do Barcelona. E não foi "mais um jogo qualquer". Foi um time armado de forma revolucionária e completamente desafiador ao futebol contemporâneo. Esfreguei fortemente meus olhos e fixei os na tela para realmente ter certeza do que o que eu estava presenciando era mesmo realidade. Um time que entrava em campo sem zagueiros.

Mas como assim? Quem defendia? Simplesmente um lateral-esquerdo e dois volantes. Era o suficiente para as jogadas fluirem de forma fantástica e o Barça impor seu estilo de jogo e golear o Villareal por 5x0.

Os mais chatos irão dizer: "Ah, mas o Villareal também é muito fácil. Assim é moleza." Coitados dos que pensam assim. O que o time de Guardiola nos mostrou hoje foi uma aula de como se jogar um futebol revolucionário e extremamente vistoso. Numa espécie de 3-2-4-1 montado pelo treinador espanhol, os culés não desfrutavam de força máxima pois haviam jogadores suspensos e outros machucados, mas de forma alguma abriram mão de atacar o adversário que nada pode fazer.

Com Thiago Alcântara e Fabregas jogando como volantes( chego a ficar arrepiado ao citar esses jogadores como volantes) e Sanchez, Iniesta, Pedro e Messi se revezando na armação das jogadas, o Barça jogava feito um carrossel e a bola rolava de forma tão natural que eu custei demais a crer no que estava acontecendo. Era mágica.

E que essa mágica continue por muitos e muitos anos no futebol. Se não der para se expandir pelos quatro cantos do mundo, ao menos sabemos que há um lugar onde tudo flui e todos são felizes. Bem-vindo a Catalunha!

Ao profissional, a força

Flamengo e Vasco. Clássico dos milhões empatado em 0 a 0. Mas, cá entre nós, o jogo fica em segundo plano. Não pela falta de gols ou qualquer outro lance que tenha existido ou deixado de existir.

Aos 15 do segundo tempo, o técnico Ricardo Gomes começa a passar mal e é retirado de ambulância. O treinador da equipe cruzmaltina sofreu um AVC com hemorragia durante a partida e foi imediatamente para o hospital próximo ao Engenhão.

De toda a equipe do Blog na Rede, fica a solidariedade para um grande técnico. Não por resultados ou conquistas físicas, mas pelo profissional que todos sabem que é. 

Ao torcedor carioca e brasileiro, resta, independente de qualquer crença ou gosto por time, torcer mesmo é pela recuperação de um ótimo ser humano que vem fazendo o seu trabalho com precisão e sob aplausos de quem torce ou não para o Vasco da Gama. E não se deixem levar por hipocrisias ou oportunismo barato de clubismos. O momento é de fé. Que o amor pelo que acontece dentro das quatro linhas vire a força para alguém que vive sempre fora delas, mas que rege o espetáculo.

Força, Ricardo Gomes!


Equipe BNR

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Com vocês, o Futebol.


Cai o último invicto do Campeonato Brasileiro. O Atlético-GO não tomou conhecimento do Flamengo e atropelou o rubro-negro carioca no Engenhão.

Um resultado surpreendente, do jeito que o Futebol gosta, que mexe com o Brasilerão e bota ainda mais fogo no torneio. O Corinthians abre vantagem, o Vasco se aproxima e o G4 se embola. A goleada é um banho de água fria no embalado Fla, que teve sua segunda derrota em oito meses.

O Atlético entrou com mais vontade, se impôs e passou a tomar conta do jogo desde as primeiras ações. Como se diz na Fórmula 1: liderou de ponta-ponta. Sim, foi isso que o Dragão de Goiás fez no Engenhão. Deu uma aula no vice-líder do campeonato e mostrou que não tem mais bobo no futebol.

O Flamengo, totalmente perdido com 3 zagueiros em campo, só não tomou mais por capricho. Dominado, acuado e com postura de time pequeno, o rubro-negro fez a pior atuação sob comando de Vanderlei Luxemburgo. O técnico, por sinal, escalou o time errado, mexeu mal, e falou algumas besteiras ao longo da semana.

Luxa mudou totalmente o esquema e matou o Fla.

Deu muita moral às declarações de que Ronaldinho faria falta à equipe. Ele faz? É óbvio, mas o comandante não pode ficar dando corda. Pode parecer que não, mas isso desmotiva o grupo e abala a confiança.

Faltou o R10? Faltou, mas faltou também Renato(o time ficou sem ligação no meio campo o jogo inteiro), faltou vontade e um chá de humildade para o goleiro Felipe.

Mas o Atlético não tem nada a ver com isso, certo? Correto, foi lá e meteu 4. Tocou a bola como quis e mostrou segurança na defesa, exatamente como havia feito semana passado, quando venceu o Santos por 2x0. A equipe de Hélio dos Anjos(estreante da noite) quebrou mitos e botou fogo no Campeonato. Mostrou ao Brasil que o Flamengo de Luxa não é invencível. E como não é...

Resta saber agora a forma com que o clube da Gávea vai responder a esse baque. O time não se abalou na eliminação da Copa do Brasil contra o Ceará e se bem trabalhado psicologicamente vai manter a pegada no resto da competição.

Caso contrário, a tendência é ladeira abaixo. Os times de baixo vêm chegando forte e a disputa pelo título começa a ganhar novos candidatos.

O Fla não podia perder e perdeu.
O Atlético-GO podia perder, e goleou incontestavelmente.
A sensação do campeonato cai em casa da pior forma possível.

E como tudo que acontece com o Flamengo, a consequencia da derrota também se multiplica.
Por 100.

Soberania

Rasgar elogios ao time do Barça é fácil. Mas a questão a seguir não é somente uma análise sobre o time e, sim, sobre o confronto contra o Real Madrid. São impressionantes os números a respeito do clássico. O time de Pep Guardiola é muito superior ao time de Mourinho, e já ha algum tempo. Para se ter uma idéia, a última vitória do Real Madrid sobre o esquadrão da Catalunha foi no dia 7 de maio de 2008, pelo campeonato espanhol (já que a vitória na Copa do Rei, em abril de 2011, foi na prorrogação). Talvez esse seja o ingrediente especial para a disputa ter ficado ainda mais acirrada e quente nos últimos anos. São os merengues tentando quebrar o novo tabu e derrubar a esquadra de Messi, que parece imbatível.

E, na final da Supercopa da Espanha, não foi diferente. O Barcelona confirmou quem manda no futebol espanhol. Com novo show de Messi e estreia de Fábregas, o clube catalão bateu um Real que alternava entre boas jogadas e faltas agressivas. O primeiro tempo foi um ótimo cartão de visitas. Três gols logo de cara. Na segunda etapa, os merengues empataram e a partida rumava a ficar por isso mesmo, indo para a prorrogação. Até que, aos 42, Messi (sempre ele) resolveu a parada. Com um golaço de canhota deu o título ao Barcelona e a 'liderança' no números de conquistas da Supercopa sobre o Real Madrid. No total, 9 a 8 para o Barça. No fim da partida, ainda houve espaço para a agressiva equipe de Mourinho, Pepe e de Marcelo arranjar uma confusão. Após entrada criminosa do lateral esquerdo, uma briga começou na ala do campo. Até o técnico merengue resolveu entrar e botar o dedo no olho do assistente do Barcelona. Que coisa!

Voltemos a Marcelo. Caro torcedor que não se conforma em vê-lo cortado da seleção brasileira. Se você não viu, veja e reveja seu carrinho-tesoura em Fábregas e, talvez, tente entender o motivo de ele não vestir a amarelinha no time de Mano. Disciplina e postura. Esses fatores cortam jogador de seleção. Aprende, Marcelo! A lateral esquerda precisa de seu talento, mas não de seu comportamento. Atualização: Vejam, vocês. Curiosamente, após o texto ser fechado, Mano Menezes confirma a convocação de Marcelo. O técnico, que vê André Santos cometer trapalhadas durante as partidas e entregar gols, agora se vê refém da "safra que não é boa" e convoca Marcelo. Cala-te, boca!

Garotada que é show! O Brasil venceu o México por 2 a 0 e está na grande final da Copa do Mundo Sub-20. Mas engana-se quem acha que o placar reflete uma partida tranquila para a seleção verde e amarela. O jogo foi muito pegado e disputado. O Brasil arriscou muito de fora da área, mas não conseguia furar o bloqueio do goleiro mexicano Rodríguez. Até que, após a entrada de Negueba, a molecada ganhou um novo ritmo de jogo mais veloz e preciso e, em duas jogadas de ataque originadas pela jovem revelação do Flamengo, chegou ao gol duas vezes. Sem dúvida alguma, os nomes dessa campanha são: O goleiro Gabriel, que está pegando tudo, Negueba, que entra e dá uma nova cara para o Brasil e Oscar, que tem dominado o ataque brasileiro, na competição. Olho neles, torcendo na final!

É muita estrela! Renato Gaúcho, quem diria, conseguiu mudar a cabeça da equipe do Atlético paranaense. O rubro-negro do Paraná já é o primeiro da zona de rebaixamento e vem motivado buscando uma arrancada. Segura!

domingo, 14 de agosto de 2011

Valeu molecada


Em uma partida eletrizante, a seleção brasileira sub-20 derrotou a Espanha nos pênaltis e se garantiu na semifinal do Mundial da categoria. Superando o péssimo retorspecto recente do futebol brasileiro nas penalidades - Copa América, Mundial Feminino, JMM -, a molecada comandada por Ney Franco fez uma belíssima partida e foi impecável na decisão.

Em um jogo bastante aberto, duas das principais escolas de futebol do mundo mostraram estar afim de jogo e buscaram o ataque todo o tempo. E foi o Brasil quem largou na frente do placar com gol de Willian aos 35 do primeiro tempo. A Espanha era supeior até então, mas o Brasil comandado por Oscar e Phelippe Coutinho chega com facilidade nos contra-ataques e poderia ter ampliado o placar ainda na etapa inicial.

Na volta do intervalo, a Espanha voltou melhor e dominando o meio-campo chegou ao empate com gol de Rodrigo( brasileiro naturalizado espanhol). A Espanha chegava com perigo e o goleiro Gabriel salvava o Brasil. A melhor saída da equipe canarinho eram os contra-ataques e as jogadas pelas laterais. Para melhorar este ímpeto ofensivo, Ney Franco lançou Negueba e Dudu e o Brasil melhorou bastante.

Porém, os 90 minutos chegaram ao fim e o placar mostrava 1x1. Na prorrogação, Dudu precisou de apenas 8 minutos para colocar o Brasil a frente dos espanhóis. Mas, a comemoração durou pouco... o artilheiro do Mundial sub 20, Vasquez igualou o placar colocando ainda mais pimenta no jogo.

Se na prorrogação a Espanha adotava uma postura mais cautelosa, o Brasil jogava pra cima. Abusando da velocidade e do talento de Negueba e Dudu, a seleçao ameaçava constantemente o gol de Pacheco. Com os goleiros defendendo quase tudo(afinal foram 4 gols), quis o destino que a partida fosse decidida nos pênaltis.

Com o trauma da Copa América ainda bastante vivo na cabeça do torcedor brasileiro, a molecada deu uma verdadeira aula de pênaltis bem batidos. Aliando a categoria dos atletas de linha com a estrela de Gabriel, o resultado não poderia ser outro: Brasil classificado. Que venha o México!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Brasil de...quem?


E o Brasil tomou um passeio. Nem parecia um país pentacampeão mundial, muito menos uma seleção com incontestável tradição no futebol. A Alemanha, em Stuttgart, jogou seu jogo, e apenas isso. Tocou a bola, fez ultrapassagens, marcou forte, se postou bem taticamente.

Nada demais, não inventou, não tem nenhum gênio, mas tem 11 competentíssimos jogadores e um bom técnico. Os alemães fizeram, com maestria, o feijão com arroz, o básico do futebol, o bê-a-bá. Jogaram de forma simples e dominaram o Brasil durante os 90 minutos.

Futebol é isso. Schweinsteiger , inspiradíssimo, fez um partidaço e mostra a cada temporada uma evolução formidável. Um jogador moderno, completo e versátil: tudo que todo técnico pediu a Deus.

O Brasil de Mano é o contrário. Perdido, ainda não encaixou uma formação ideal. Teve poucos jogos, é verdade, mas teve muito treino.

É evidente que é muito mais difícil você embalar uma Seleção do que um time, mas é aí que o talento entra. É aí que os jogadores símbolos de um país devem bater no peito e chamar a responsabilidade. E nesse time do Mano, ninguém faz isso.

O Brasil perdeu a referência. Você olha para a Seleção hoje e não confia em nenhum daqueles 11. Não tem nenhum que você fale na mesa de bar: "Ah, relaxa, fulano vai decidir."

Tentaram forçar com o Neymar, mas ainda não dá. O moleque é bom, joga futebol de alto nível e tem tudo para explodir quando for para a Europa, mas largar quase 100 anos de história no colo de um garoto é muito precipitado.

Não dá para forçar ídolo. O atleta precisa conquistar isso, precisa fazer por onde e mostrar dentro de campo que pode ser decisivo nos momentos mais delicados. Aquele cara que pede e recebe a bola quando o jogo aperta, e decide o jogo em uma jogada.

A Alemanha, assim como o Brasil, busca a renovação. Vem subindo garotos e mostrando ter uma base forte. O processo vem dando certo, mas não apenas pelo talento dos meninos e pela organização, e sim pelo fato deles terem mantido as referências.

Os alemães não jogaram os garotos para os tubarões, não falaram para eles se virarem de qualquer maneira. Mano pegou uma bomba, é verdade, teve que renovar uma geração do nada, sem uma base referencial. Talvez Kaká seja a peça que falta, mas, atualmente, não dá para contar com o meia do Real Madrid.

Brasil não jogou bem e merecia tomar até mais da Alemanha.
Nossa Seleção não só perdeu o jogo, como gradativamente perde sua identidade.

Kaká esboça voltar.
Ronaldinho veste sua capa.

A Seleção Brasileira clama por um herói. Urgentemente.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O curioso caso de Fred


O atacante do Fluminense pediu para não jogar, hoje, contra o Inter, por se sentir ameaçado após o episódio envolvendo ele e Rafael moura. Na noite de terça, os dois teriam sido vistos em um bar no arpoador literalmente "enchendo a cara". 60 caipisaquês e 1 gol no Brasileirão.

Vamos aos fatos:

O jogador tem o direito de ir e vir, assim como tem o de fazer o que bem entender (desde que não infrinja a lei). O problema de Fred é o seu histórico. O jogador tem sérios problemas com o álcool, e sabe disso. Problemas esses que já interferiram em sua relação com a bola, com o Fluminense e seu técnico, Abel.

Rafael moura, o He-Man, não apresenta nenhum histórico de problemas em relação à bebidas. Por mais que tenha sido perseguido, jogará (ou jogou, dependendo de quando você vai ler este post) a partida contra o Internacional de Porto Alegre.

Fred, voltando ao assunto, é um grande jogador. Tem potencial para chegar longe e até ir para a seleção. Mano Menezes, dizem por aí, explicou a convocação do atacante para a Copa América dizendo estar tirando Fred da vida boêmia e levando ele de volta ao foco no futebol. Só que o atacante simplesmente não quer, ou pelo menos não demonstra isso. Assim como Adriano, o tricolor tem seus problemas extra-campo e troca o sucesso e a ascensão da sua carreira profissional por uns "bons drink".

A relação Fred x Torcida do Flu nunca foi lá das melhores. Claro que têm aqueles que idolatram o jogador mais que o próprio clube(um mal do futebol moderno), mas grande parte sempre demonstra ter um pé atrás quanto às saídas do atacante.

O 9 tricolor é um dos melhores atacantes da América do Sul, recebe alto para exercer sua profissão e continua pisando na bola constantemente. Vai ter clima para continuar? Para os desleixados, talvez. Para os sérios, não. Duas ou três partidas consecutivas decentes infelizmente vão apagar tudo que foi noticiado nos últimos dias e Fred vai voltar a "te pegar".

Um erro do tamanho do seu amor pelo Fluminense, torcedor tricolor. Fred é o líder do grupo e PRECISA ser exemplo.
Se o jogador não for punido, vira bagunça.

Fred, por favor, a conta.
Por Leandro Garrido e Ricardo Abreu

terça-feira, 2 de agosto de 2011

É nosso!

O Santos bateu o martelo e disse "não" para o Real Madrid, que ofereceu R$ 100 milhões por Neymar. A idéia do presidente do clube, Luiz Alvaro, é manter o craque pelo menos pelo ano de 2012, para que o jogador faça parte das comemorações dos 100 anos do Santos. O presidente ainda afirmou, com o peito cheio de orgulho: "Não foi o Neymar quem disse não. Foi o Santos". E com toda a razão. O clube do litoral paulista mostra que é grande.

Nada melhor para valorizar o nosso futebol do que manter um dos melhores craques do Mundo jogando dentro de casa. Não se vende um bom jogador por qualquer besteira. Sim! R$ 100 milhões por Neymar pode parecer muito, mas se um clube europeu consegue triplicar esse valor, os nossos também devem fazê-lo. Os holofotes e os sacos de dinheiro do futebol devem não só se voltar para o Brasil, mas, sim, ficar aqui. Nós, merengues, também mandamos na bola.

Eleições. Até o momento em que esse post foi escrito, as eleições para novo presidente do Vasco da Gama ainda não tinham sido finalizadas. Mas o mais provável (não sou vidente, juro) é que Roberto Dinamite seja reeleito. Mas, independente do vencedor da votação, constatemos: o torcedor vascaíno deve comemorar. Comemorar uma democracia que começa a dar bons passos à frente, com projetos que tem extremo potencial de ajudar o time a se reerguer, processo esse que já começou (campanha forte de marketing com a volta do ídolo Juninho e outros planos, além da conquista da Copa do Brasil 2011). Atualização: Roberto Dinamite foi reeleito presidente do Vasco da Gama. Vitória do recomeço.

Velho Lobo. Segundo Thiago Lavinas, do Blog Primeira Mão, Zagallo deve receber uma homenagem pelos seus 80 anos no Domingo, antes do clássico entre Botafogo e Vasco, no Engenhão. O Velho Lobo faz aniversário no dia 9 de agosto.

Será que na Copa do Mundo, em 2014, vão criar um padrão de gramados, conhecido na Europa, mas novidade aqui no Brasil? O padrão de gramados de boa qualidade? Será?