Showman

Não adianta mais. Acabou a novela! Ronaldinho Gaúcho é do Flamengo! O craque não nasceu na favela carioca, mas tem o jeito travesso e a ginga do moleque que saiu das ruas do rio. Carregando sempre seu sorriso estampado no rosto, Ronaldinho só precisava voltar a ser feliz. E não havia lugar melhor do que o Rio de Janeiro, com todos os seus atrativos, como as praias, o futevôlei, as festas de pagode e, é claro, a proximidade de seu filho. É claro que não se pode deixar de lado a grandiosidade de jogar num clube como o Flamengo e creio, ou espero, pelo menos, que o craque tenha essa noção. Por isso, nada mais certo do que seguir os passos bem sucedidos de seu companheiro de seleção Adriano, ao voltar para o Brasil, mais especificamente para o rubro negro carioca.

O dentuço não é o mesmo de 2006. Não é aquele jogador do Barcelona que fazia jogadas geniais ao lado de Eto'o e Deco. Não é aquele jogador que proporcionou verdadeiros espetáculos e se transformou em ídolo da torcida catalã. Porém, Ronaldinho ainda é Ronaldinho. Uma peça fantástica que se encaixa em qualquer time brasileiro, um detalhe ambulante dentro das quatro linhas.

O Flamengo fez uma fantástica contratação. Em termos de marketing, a imagem do craque, se bem trabalhada, tende a dar um bom retorno financeiro ao rubro negro carioca. Com camisas personalizadas e produtos relacionados à marca R10, o clube e sua mais do que fornecedora, a parceira Olympikus, visam aumentar o lucro em relação ao ano de 2010, que fora muito inferior ao de 2009. Portanto, torna-se indiscutível a qualidade do negócio fora das quatro linhas. Dentro delas, um pouco. É claro que Ronaldinho precisa manter sua forma física para render, mas mesmo assim, sua técnica é muito superior à técnica padrão apresentada pelos jogadores do futebol brasileiro.

De fato, a diretoria rubro negra fez um excelente trabalho. Encheu os torcedores de esperança e o grupo de moral. Qualquer jogador que atue ao lado do craque vai se destacar e nisso não há duvidas. O Flamengo virou vitrine, mais do que já era. E o mais importante, virou uma vitrine que se valoriza pela marca que representa. A questão é administra-la, já que muita exposição acaba se tornando uma faca de dois gumes. Agora é jogar um futebol no mínimo equivalente à toda essa novela que se arrastou até poucos dias atrás. E que os próximos capítulos sejam com finais felizes para a nação rubro negra.

Por Leandro Garrido e Ricardo Abreu