
E o Brasil tomou um passeio. Nem parecia um país pentacampeão mundial, muito menos uma seleção com incontestável tradição no futebol. A Alemanha, em Stuttgart, jogou seu jogo, e apenas isso. Tocou a bola, fez ultrapassagens, marcou forte, se postou bem taticamente.
Nada demais, não inventou, não tem nenhum gênio, mas tem 11 competentíssimos jogadores e um bom técnico. Os alemães fizeram, com maestria, o feijão com arroz, o básico do futebol, o bê-a-bá. Jogaram de forma simples e dominaram o Brasil durante os 90 minutos.
Futebol é isso. Schweinsteiger , inspiradíssimo, fez um partidaço e mostra a cada temporada uma evolução formidável. Um jogador moderno, completo e versátil: tudo que todo técnico pediu a Deus.
O Brasil de Mano é o contrário. Perdido, ainda não encaixou uma formação ideal. Teve poucos jogos, é verdade, mas teve muito treino.
É evidente que é muito mais difícil você embalar uma Seleção do que um time, mas é aí que o talento entra. É aí que os jogadores símbolos de um país devem bater no peito e chamar a responsabilidade. E nesse time do Mano, ninguém faz isso.
O Brasil perdeu a referência. Você olha para a Seleção hoje e não confia em nenhum daqueles 11. Não tem nenhum que você fale na mesa de bar: "Ah, relaxa, fulano vai decidir."
Tentaram forçar com o Neymar, mas ainda não dá. O moleque é bom, joga futebol de alto nível e tem tudo para explodir quando for para a Europa, mas largar quase 100 anos de história no colo de um garoto é muito precipitado.
Não dá para forçar ídolo. O atleta precisa conquistar isso, precisa fazer por onde e mostrar dentro de campo que pode ser decisivo nos momentos mais delicados. Aquele cara que pede e recebe a bola quando o jogo aperta, e decide o jogo em uma jogada.
A Alemanha, assim como o Brasil, busca a renovação. Vem subindo garotos e mostrando ter uma base forte. O processo vem dando certo, mas não apenas pelo talento dos meninos e pela organização, e sim pelo fato deles terem mantido as referências.
Os alemães não jogaram os garotos para os tubarões, não falaram para eles se virarem de qualquer maneira. Mano pegou uma bomba, é verdade, teve que renovar uma geração do nada, sem uma base referencial. Talvez Kaká seja a peça que falta, mas, atualmente, não dá para contar com o meia do Real Madrid.
Brasil não jogou bem e merecia tomar até mais da Alemanha.
Nossa Seleção não só perdeu o jogo, como gradativamente perde sua identidade.
Kaká esboça voltar.
Ronaldinho veste sua capa.
A Seleção Brasileira clama por um herói. Urgentemente.
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