
O método de trabalho de Arsène Wenger pode ser contestado. Valorizar as camadas jovens e dar prioridade a jogadores rápidos e técnicos passou a ser rotina nos Gunners a partir de 2006, um ano após a brilhante conquista invicta da Premier League, com Henry, Bergkamp e cia. Alguns afirmam que é impossível chegar a algum lugar no futebol atual com um time composto por garotos. A falta de jogadores com maior bagagem pode prejudicar uma equipe em um momento decisivo. Na véspera do recente derby contra os United, o lateral dos Diabos Vermelhos, Patrick Evra, fez coro aos críticos, e afirmou que a equipe de Londres jamais seria campeã sem nenhum jogador experiente no elenco.
Este fato não pode ser ignorado. Desde de o início da nova política do treinador francês, o Arsenal nunca levantou um caneco. As críticas partem daí, porém, tal método começou após diversas manifestações de torcedores insatisfeitos, que reclamavam constantemente do estilo de jogo da equipe. Na Inglaterra, ao mesmo tempo em que ganhava tudo, os Gunners eram chamados de "Boring Team", praticantes do "Boring Football", fato que mudou completamente com Wenger.
Quase quatro anos após começar a moldar jovens talentos (como Fàbregas, Denilson e Walcott) e dispensar aqueles que não se encaixavam na filosofia (Touré, Flamini e Adebayor), o Arsenal ganhou corpo e vem forte na temporada 2010/2011, prometendo brigar pelo título da Premier League, da FA Cup e da Champions. Ontem, a equipe confirmou a boa fase e venceu com autoridade o Chelsea, em Londres. O resultado encheu os torcedores de esperança e afundou ainda mais o rival em crise.
A equipe do Emirates precisou de apenas 9 minutos para marcar 3 gols e definir a partida. O destaque ficou por conta da inspiradíssima atuação de Cesc Fàbregas, que voltava de um longo periódo de seguidas lesões e desconfortos musculares. Uma atuação de gala do melhor jogador do clube.
Por outro lado, o Chelsea somou o sexto jogo consecutivo sem vitória e amarga uma forte crise dentro e fora do campo. A pressão para a demissão de Carlo Ancelotti é grande, e aumentou ainda mais com a vitória do Tottenham, que tirou momentaneamente os Blues da zona de classificação da UEFA Champions League.
Neste momento, o Arsenal ocupa a terceira colocação, três pontos atrás do líder Manchester City, porém, com dois jogos a menos. A equipe londrina nunca esteve em um momento tão bom desde a vitoriosa sequencia de conquistas no início da década de 2000. Os torcedores empurram, os jogadores correspondem. Os Gunners voltam a escrever uma linda história na Premier League.
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